sábado, 24 de julho de 2010

Crítica:Á prova da Morte

Para se fazer uma crítica ao filme primeiro deve-se entender qual a proposta do mesmo, para depois julgar se ele é bom ou ruim. Vamos entender primeiramente a proposta do filme. Á prova da Morte é a segunda parte de GrindHouse, projeto criado e dirigido por Quentin Tarantino e Robert Rodriguez, este último dirigiu a primeira parte do projeto que era o filme Planeta Terror. A empreitada era uma homenagem dos dois aos filmes de terror dos anos 70 que eram exibidos nos drive-in. Produções de custo barato que abusavam da estética exploitation: exploração do sexo, violência, drogas, monstros, nudez, kung fu, etc. Os filmes receberam um "envelhecimento artificial", como se rolos estivessem com defeitos e partes faltando. Afinal, era dessa forma que as tais sessões duplas aconteciam na época, justamente pela falta de preocupação dos exibidores.

Pela proposta do filme podemos perceber que a intenção era fazer um 'bom filme ruim". E Tarantino como de costume não erra, ainda que Á prova da morte seja um fracasso em bilheteria, ela respeita a filmografia do diretor. É notório que Á prova da morte seja de Tarantino, diálogos sensacionais com muito humor negro são proclamados ao longo do filme, tomadas são construídas com diferentes ângulos, close-ups de pés descalços, rostos e personagens dando longas tragadas em seus cigarros. Talvez seja o filme mais autoral de Tarantino.

Como de costume o diretor adora resgatar bons atores que estão esquecidos ou menosprezados, como é o caso de Kurt Russell, que interpreta um ex-dublê que tem um fraco por moças festeiras. A princípio, parece patético, más logo revela-se um assassino cínico, cuja arma mortal é um potente carro. Como de costume nos filmes do diretor, o filme dividi-se em 2 partes, de tramas semelhantes, más tons distintos. Na primeira, prevalece o suspense enquanto Mike e seu Chevy Nova modelo 1970 rondam quatro amigas que param para beber em um bar no meio da noite. A ação toma conta da segunda etapa. Quando o psicopata, em um Dodge Charger de 1969, cruza o caminho de outras quatro jovens em uma estrada empoeirada.

Tarantino mostra outra vez maestria em alternar gêneros. Apesar de não chegar ao nível de Bastardos Inglórios, ele atinge a proposta de fazer "um bom filme ruim". Deve se ressaltar que se você não gostou de Cães de Aluguel, Pulp Fiction, Jack Brown e Bastardos Inglórios, não assista ao filme, pois provavelmente não entende a essência tarantinesca de se fazer filmes.


4 Estrelas ( Muito BOM)

Escrito Por Voder

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