sábado, 3 de julho de 2010

Crítica - Homem de Ferro 2

A franquia é lapidada mas erra novamente no final

Por Guilherme Cândido

Dirigido por Jon Favreau, o primeiro Homem de Ferro era um filme que te conquistava não pelas cenas de ação - que aliás, são poucas - mas sim pelo roteiro rico de bons diálogos e, é claro, pela interpretação de Robert Downey Jr. como Tony Stark que é indiscutivelmente sensacional.Mas, apesar dos bons diálogos, da boa relação entre os personagens, da atraente - mas amadora - trilha sonora e de Robert Downey Jr., Homem de Ferro pecava em dois pontos: 1.Os motivos do vilão soaram artificiais e não convenceram, 2. O confronto final ficou muito aquém do que o filme estava apresentando desde então, amenizando o clímax.Por esses dois motivos, Homem de Ferro não ganhou as tão desejadas 5 estrelas.E a aprovação do filme, pelo público, está mais que comprovada, vide sua expressiva bilheteria.Pois bem, 2 anos depois, estréia a tão aguardada - e inevitável - seqüência de Homem de Ferro. A expectativa é tremendamente recompensada e depois de muita ansiedade, ainda dá para ficar de queixo caído.Porém, o roteiro novamente peca por dois aspectos cruciais: 1.O maldito confronto final (Será que Jon Favreau vai continuar relaxando no ato final?) 2. Sai o erro do vilão do primeiro filme, entram os diálogos exageradamente expositivos.Agora, fica mais fácil encontrar até mesmo algumas pontas soltas ao longo do filme, o que comprova a fragilidade do roteiro escrito por Justin Theroux (Uma História de Amor).

Dirigido novamente pelo surpreendente Jon Favreau, a continuação acompanha Tony Stark depois que ele revela ser o Homem de Ferro.Isso faz com que um antigo inimigo de sua família reapareça com sede de vingança.Paralelo a isso, Stark vive um dilema com o governo estadunidense, já que foi pedido que ele entregasse a "arma" Homem de Ferro "ao povo americano".Enquanto isso, com a saída das indústrias Stark do ramo bélico, é hora das Indústrias Hammer liderarem o Mercado.O filme consegue suprir a necessidade de seqüências de ação, aspecto criticado do primeiro filme, empolgando o público com tomadas grandiosas e sempre muito bem conduzidas.Nosso herói, vivido por Robert Downey Jr. está mais uma vez brilhante, e consegue, com facilidade, carregar o filme nas costas.O grande receio da vez ficou por conta de Don Cheadle (O Traidor) que substitui Terrence Howard no papel de James Rhodes.E é um alívio poder dizer que finalmente Rhodes deixou de ser uma figura apagada e desagradável, pois Cheadle transmite carisma e se mostra dedicado ao papel, superando seu antecessor.Infelizmente, o roteiro não conseguiu desenvolver bem Pepper Potts, o interesse romântico do protagonista, que, aqui, faz de Gwyneth Paltrow uma pessoa absolutamente chata e irritante.Cada vez que ela aparece é certeza de uma cena desagradável, com raríssimas exceções.As supresas ficaram mesmo na performance colossal de Mickey Rourke (O Lutador) que dá um show de interpretação em suas cenas, sempre acompanhadadas de tensão e receio pelo seu vilão, perdendo força somente em suas últimas cenas.Sam Rockwell (Lunar) está à vontade, e cria um personagem muito divertido, enquanto Scarlett Johannson (The Spirit) está mais linda e perigosa que nunca, suas cenas são geniais.

Era realmente necessário dedicar um parágrafo inteiro aos personagens de Homem de Ferro 2 que continuam muito bons, mantendo o cuidado dos produtores.Como já havia mencionado, tudo no filme está bem encaixado e as referências aos quadrinhos vêm aos poucos e sempre orgânicas. A última ótima luta do filme deve tirar o fôlego de muitos espectadores, dado o tamanho da seqüência que é absolutamente eletrizante.Pena que a cena seguinte seja tão decepcionante.Vá ao cinema despreocupado pois Homem de Ferro 2 é diversão do início ao fim, vai ficar devendo um final à altura, é verdade, mas não perca a cena pós-créditos.Essa sim deve marcar os fãs do universo Marvel...

4 Estrelas

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