sexta-feira, 28 de maio de 2010

CRÍTICA - ROBIN HOOD (2010)

"Sherwood Origens: Robin Hood'' é escapismo disfarçado de grande produção

Por Guilherme Cândido

Antes de iniciar a análise deste filme, deve confessar que não esperava grande coisa deste novo Robin Hood.Pelo o contrário, esperava uma grandiosa bom daquelas que entram para a história.Digo isso, não porque muitos críticos arrasaram o filme na época de sua estréia. Mas sim, por que acompanho suas notícias há tempos e já no final das filmagens, começava a sentir que uma atrocidade cinematográfica estava por vir.Russel Crowe e Ridley Scott juntos novamente depois da consagração em Gladiador + Cate Blanchett (Que anda escolhendo mal seus blockbusters) + troca de atores e possíveis refilmagens + cartaz + trailer + história de origem.Posso até estar sendo pouco lógico, mas vá por mim: meu sentido cinéfilo estava apitando.Entretanto, fui ao cinema sem a certeza da bomba.Deixei a refilmagem ao menos tentar me conquistar, sem expectativas.Conclusão: não fui conquistado, mas não assisti à tão citada bomba.

Como citado anteriormente, dirigido por Ridley Scott, o "Sherwood Origens: Robin Hood" (Como apelidei o projeto) procura ser o mais fiel possível à origem do herói do título, surgido há muito tempo em canções medievais.Robin Longstride é um arqueiro que volta da fracassada cruzada e encontra uma Inglaterra diferente depois da morte do Rei Ricardo.Para aqueles que cresceram assistindo ao clássico desenho Robin Hood aos olhos dos Estúdios Disney, muitas figuras serão reconhecidas.Estão lá, a Lady Marian (um pouco mais bravia e menos parecida com uma raposa), João Pequeno (não menos fiel), o mimado Príncipe João (se a versão de Scott for a mais verossímil até agora, Disney merece aplausos pela sátira), Frei Tuck (mais divertido) e Ricardo Coração de Leão (com mais espaço de tela).Enfim, figuras que já conhecemos bem.Sobra espaço para os esquecidos pelo desenho, como o sobrinho de Robin, Will Scarlett (Scott Grimes, o Dr. Mark da finada série E.R.).Tudo bem costurado até então.

Todavia, Russell Crowe desempenha aqui sua atuação mais preguiçosa, surgindo com a mesma cara fechada de sempre.E esse não é o único ponto fraco: a trama tem inúmeras seqüências batidíssimas, diálogos pavorosos, o bom e velho "discurso antes de morrer" e o famoso casal que "briga mas se ama" no mais elevado grau de artificialidade.Tudo isso costurado numa trama tão preguiçosa quanto à atuação de Crowe.A trilha sonora então...chatíssima. E a isso tudo, some o seríssimo problema de ritmo que o filme enfrenta a partir do segundo ato.Ridley Scott ainda tenta esconder tudo isso com paisagens de tirar o fôlego e batalhas que, apesar de possuir clichês, são muito bem executadas e que ficam ainda mais grandiosas graças à direção competente de Ridley Scott, seu segundo ponto positivo.No quesito elenco, nem um grande destaque, Danny Huston (O vilão do filme solo do Wolverine) convence com facilidade no papel de Coração de Leão, Cate Blanchett está no piloto automático, Matthew MacFadyen é desperdiçado, os companheiros de Hood, sim, estão muito bem.E só.O resto está regular.
Com um orçamento gigante (200 milhões, não sei como o chefe do estúdio não enfartou), o épico empolga ao final e chega a nos fazer esquecer muitos de seus tropeços ao longo da projeção.Mas não dá pra esquecer tudo.Nem a interpretação do cada vez melhor (e famoso) Mark Strong (Kick-Ass - Quebrando Tudo) salva o filme.

É uma besteira esquecível disfarçada de superprodução candidata a prêmios (não se engane pelo cartaz).Que nada, encare o montro como eu fiz: nada de grandes expectativas e nem espere algo muito cerebral.Apenas espere as longas horas passarem e vibre com os atos heróicos da lenda Robin Hood.

Obs: Não deixem de conferir as cenas com Max Von Sydow.O vetereno ator esbanja vigor e todas as suas tomadas são inspiradas.

Obs 2: Os créditos finais merecem ser vistos.É uma série belíssima de cenas animadas.

3 Estrelas


Premissa completa e curiosidades em http://pt.wikipedia.org/wiki/Robin_Hood_(2010)

2 comentários:

Matheus disse...

Ótima crítica.Que bom que voces estão se renovando.Cada vez melhor.Vi no link que a Vanessa Reddgrave ia fazer o filme mas desistiu por causa da morte da filha.

Guilherme Cândido disse...

Obrigado pelo comentário, Matheus.Fico muito feliz que tenha gostado.Agradecemos seu apoio e ainda melhoraremos muito mais.Sobre a notícia, achei que a Vanessa Redgrave seria a pessoa certa para o papel, mas a nova atriz não fez feio.Um forte abraço!