sábado, 30 de janeiro de 2010

CRÍTICA - Zumbilândia

Por Guilherme Cândido

Comandado por roteiristas e diretor estreantes, trailer morno e um nome bem suspeito, esta inovação do subgênero "filme de morto-vivo" tinha tudo para ser uma bomba.Só que os roteiristas Rhett Reese e Paul Wernick (Recém contratados para o filme do Deadpool e para a continuação de G.I. Joe) conseguiram fazer um filme divertido, o que, combinado à direção do estreante Ruben Fleischer, ficou ainda maior.Desde o final dos anos 60, quando George A. Romero nos apresentou os zumbis, eles são populares.Nem no segundo milênio eles deixaram de existir, tendo marcado presença num dos primeiros filmes de Zack Snyder (300 e Watchmen): Madrugada dos Mortos.E agora, com Zumbilândia, eles ficaram ainda mais populares.

Produzido com orçamento de pouco mais de 23.5 milhões de dólares, o filme arrecadou por lá mais de 75 milhões e já tem uma seqüência encomendada.A trama gira em torno de Columbus (Jesse Eisenberg de Férias Frustradas de Verão e sua já muito comentada semelhança com Michael Cera) um jovem adolescente viciado em jogos de computador que muda de vida graças a uma epidemia generalizada de uma doença que transforma as pessoas em verdadeiros exemplares de zumbis.Ele abandona a faculdade e passa a lutar pela sobrevivência enquanto tenta chegar ao leste, onde sua família vive.Mas, no caminho, ele encontra Talahassee (Woody Harrelson, de sucessos como Cowboys,O Povo Contra Larry Flint e do recente 2012), um cara amalucado que parece ter nascido para matar zumbis e juntos passam por verdadeiras furadas.


O filme é idiota.É difícil admitir, mas é a verdade.Só que é absurdamente divertido.E com um elenco afiadíssimo e encabeçado pelo sempre divertido Woody Harrelson, o longa jamais soa desinteressante ou parado.Profundamente confortável no papel e dominando o filme em larga escala, Harrelson parece divertir-se muito com o personagem que criou, ao passo que Jesse Eisenberg prefere adotar o estilo de interpretação de Michael Cera, possuindo exatamente o carisma que tanto faz falta no astro de Superbad.Emma Stone caiu como uma luva no contraponto a Eisenberg e Abigail Breslin passa longe da garotinha de Pequena Miss Sunshine.


Contando ainda com o talento do diretor para camêras lentas (Tão lentas que chegam a lembrar aquela do Discovery Channel), o filme possui estilo próprio e esbanja surpresas, como as legendas que interagem com o público e as estilizadas seqüências pré-créditos.Zumbilândia também se dá ao luxo de possuir um convincente arco dramático, funcionando em todos os sentidos, até mesmo quando se auto-ironiza.E se a trilha sonora empolga com o abuso do Rock pesado, é a ponta do astro Bill Murray que merece destaque: como ele mesmo, arranca boas gargalhadas e nos permite curtir a nostalgia de seus antigos sucessos.E já que falei em nostalgia, preparem-se para a avalanche de referências a outros filmes, que vão do "irmão" Todo Mundo Quase Morto a Babe - O Porquinho Atrapalhado.

Enfim, é um filme divertidíssimo para se assistir numa sala escura de frente para uma grande tela e acompanhado de muita, muita pipoca. 4 Estrelas

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